Cuide do risco dos seus investimentos em 2022
Cuide do risco dos seus investimentos em 2022
ABNER DE OLIVEIRA
Gestor da Maza Invest
2021 foi um ano de duas partes distintas. Um primeiro semestre positivo com as bolsas subindo e a economia acelerando, e um segundo semestre terrivelmente negativo com todo tipo de crise interna e externa. A bolsa caiu, devolveu todos os ganhos do primeiro semestre e terminou no negativo (-11,93% no ano). A inflação acelerou (IPCA: +10,06%) e o crescimento estagnou.
Dezembro foi o primeiro mês positivo para a bolsa em seis meses (+2.85%). Para isso contribuiu a continuidade de uma tendência bastante interessante, e que a gente vem apontando, que é a entrada massiva do investidor estrangeiro. Este continua fazendo compras ávidas no Ibovespa cada vez mais baixo. A tendência ainda não se reverteu e deve continuar, pelo menos, nos dois primeiros trimestres deste ano.
No entanto, 2022 começou com perspectivas preocupantes. A inflação está alta e não começou a dar sinais de arrefecimento (IPCA: +0.73% em dezembro/21, acima das expectativas). O mercado espera novas altas da Selic, o PIB continua sendo revisado para baixo e dos Estados Unidos vem a notícia de que o FED vai encerrar antes do previsto o seu programa de estímulos, que comprava grandes volumes de títulos mensalmente. O FED também sinaliza aumento de taxa de juros nos Estados Unidos. Isso deve roubar uma parte do apetite do investidor estrangeiro para os países emergentes, entre eles o Brasil.
A inflação é um dos poucos fatores que trouxe preocupações em 2021 e continuará trazendo ao longo de 2022. E isso não é só no Brasil, é também no mercado global. Junto com a inflação, outro fator preocupante é a crise na cadeia de suprimentos. Está ficando cada vez mais distante a saída da crise de logística e de suprimentos no mundo que se iniciou lá em março de 2020 com a pandemia.
As eleições presidenciais no Brasil ainda não começaram a influenciar os preços dos ativos de maneira clara. Quando isso começar a acontecer, uma coisa é certa: a turbulência vai aumentar. A volatilidade dos ativos de risco deve subir. A forma de resposta a essa questão é aumentando a parcela de renda fixa nos investimentos, reduzindo um pouco o risco em todas as carteiras – algo que nós já começamos a fazer e pretendemos terminar ainda no primeiro trimestre. O objetivo é imunizar as carteiras contra o sobe e desce que será regra para a bolsa ao longo do ano, até o final das eleições.
O brasileiro está assistindo à volta de um fenômeno conhecido e que perdurou por muito tempo no passado: o protagonismo da renda fixa nas carteiras. Com a Selic em dois dígitos, principalmente os papéis pós-fixados continuam apresentando excelentes oportunidades de valorização e não podem faltar. No entanto, uma palavra de cautela: não se espera que o reinado da renda fixa dure décadas como durou no passado. Com os cenários mudando já em 2023 – espera-se, por exemplo, o início de um ciclo de redução da Selic – é necessário continuar de olhos abertos, realizando as análises corretas, trabalhando com os cenários e alterando a composição das carteiras dentro de uma alocação inteligente.
Diante de um ano de incertezas mas também de oportunidades, o nosso compromisso continua o mesmo: manter o risco sob controle, adequar o funcionamento das carteiras ao perfil, à personalidade e aos objetivos do investidor e buscar aquelas oportunidades que só quem olha para o mercado sem conflito de interesses pode encontrar.
Se você é um investidor arrojado, que está buscando crescimento constante, 2022 trará oportunidades interessantes. Se, você gostaria de passar um ano mais tranquilo, com rendimentos previsíveis e menos volatilidade, também haverá opções bastante atraentes. E se você está buscando investir no exterior pela primeira vez ou continuar o investimento lá fora, nós também podemos ajudar. Fale com a gente!
Um abraço!
